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(Com informações da CNTE)

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação estima que pelo menos 22 estados aderiram à greve nacional da categoria, que paralisou as atividades desde a terça-feira (23). O movimento grevista continuará até a quinta (25). Nesta quarta (24), os professores realizaram um ato na Câmara dos Deputados. A principal bandeira é o cumprimento da Lei Nacional do Piso (11.738/2008).   "Essa mobilização têm como objetivo melhorar a qualidade da educação pública no país. Estamos mais uma vez exigindo o cumprimento do piso nacional, com jornada de 40 horas semanais, que ainda alguns estados não o fazem e outros pontos importantes como o PNE[Plano nacional de Educação], que ainda não foi votado", declarou Roberto Leão, presidente da CNTE, que participou da manifestação nesta quarta.
Atualmente, o piso nacional é de R$ 1.567 e estados como São Paulo não cumprem a jornada de 40 horas semanais (estabelecida pela lei), de acordo com a categoria no estado, que está paralisada por tempo indeterminado.  Já o PNE foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em 16 de outubro de 2012 está atualmente na Comissão de Educação do Senado. Se aprovado pelos senadores sem alterações, o texto vai para sanção presidencial. De acordo com Leão, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), se comprometeu em acompanhar pessoalmente a tramitação da matéria.
O projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE) que deveria vigorar entre 2011 a 2020, foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010. "Já temos três anos sem um Plano Nacional para a Educação. Por isso, tem que ser aprovado o quanto antes e sem mudança, mantendo os 10% do PIB[Produto Interno Bruto] para a Educação", completou Leão.
A aplicação em até dez anos de 10% do Produto Interno Brutno (PIB) na educação está entre as proposições do PNE. Atualmente, União, estados e municípios aplicam juntos cerca de 5% do PIB no setor por ano.   Outros pontos reivindicados pela categoria são: a destinação de 100% do royalties do pré-sal para a educação, a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estende o direito de negociação coletiva a servidores públicos.
O senador Renan Calheiros e o deputado Henrique Alves (PMDB), presidente da Câmara, receberam os docentes em audiência anunciaram que deverá ser criada uma comissão mista especial para acompanhar o andamento dos projetos que tem como objetivo melhorar a educação do país.   Ainda hoje, os docentes têm audiência com o ministro da Educação e com o senador José Pimentel (PT), relator do PNE. Mais cedo, o senador Wellington Dias (PT) propôs trabalhar na construção de uma solução sobre a distribuição dos royalties do pré-sal.
Pauta da CNTE - Brasília foi tomada pelos profissionais da educação nesta quarta-feira. Dentro da programação da greve nacional convocada pela CNTE e da Semana de Ação Mundial, que acontece em mais de 100 países, a entidade realizou um ato público com a presença de mais de 500 educadores na Câmara dos Deputados e se reuniu com algumas das principais lideranças do país.   Parlamentares de vários estados e entidades como a União Nacional dos Estudantes, Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, UBES, CONTEE e CUT estiveram presentes, defendendo a pauta da educação e cobrando o avanço de propostas que estão praticamente paradas, como o Plano Nacional de Educação, além do respeito à Lei do Piso.
Roberto Leão, presidente da CNTE, fez um discurso enfático defendendo a implantação imediata do PNE destinando 10% do PIB para a educação pública. "Nós sabemos qual é a situação da educação pública brasileira. Por isso os royalties são importantes, porque essa riqueza não pode ser usada de qualquer maneira. Quem tem que lucrar com os royalties é o povo brasileiro e o investimento na educação é fundamental para isso. Estamos mostrando mais uma vez hoje que trabalhador da educação não abaixa a cabeça, não se rende e que vamos cobrar aqui no Congresso Nacional, nas ruas de Brasília e como estamos cobrando hoje com prefeitos e governadores em todos os estados brasileiros, que a educação exige respeito e precisa ser valorizada, e isso só vai acontecer com o profissional da educação valorizado", afirmou Leão.
Pela manhã, houve uma audiência com o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT), na qual foi abordada a destinação dos royalties do petróleo. Pela primeira vez em audiência conjunta com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o que mostra a força da CNTE na defesa da educação, além de diversos outros parlamentares, a comitiva da CNTE levou um documento constando a pauta prioritária da educação, cobrando duramente a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), lembrando o prejuízo que seria a não votação ainda este ano do PNE e a cobrança que seria feita aos parlamentares na próxima eleição.
A CNTE defende que, diante da disputa judicial que a MP dos royalties enfrenta, é necessário incluir no PNE a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação pública para garantir que esses recursos sejam bem empregados.   Parado no Congresso Nacional, o projeto do PNE precisaria ser votado no Senado ainda no primeiro semestre. Renan Calheiros se comprometeu a fazer um empenho pessoal para garantir a tramitação e aprovação do PNE. Também foi anunciada a criação de uma comissão mista entre Câmara e Senado para acompanhar as demandas da educação. 
Os representantes da CNTE levaram ainda a demanda pelo pleno cumprimento da Lei do Piso nos municípios e o encaminhamento da proposta produzida pela CNTE, Campanha pelo Direito à Educação, Undime e Frente Parlamentar em Defesa da Educação, que prevê ganhos reais para o PSPN.   Todas estas demandas foram reiteradas numa audiência à tarde com o secretário executivo do MEC, Henrique Paim, que recebeu a CNTE porque o ministro Aloizio Mercadante está de licença médica. O objetivo foi reforçar as posições do MEC que já são favoráveis à pauta dos educadores e cobrar um aumento da oferta do Profuncionário, projeto que precisa ser ampliado, divulgado e efetivamente implantado, dada a importância da capacitação profissional dos funcionários da educação em todo o país.   Na última reunião do dia, a comitiva da CNTE debateu diretamente com o relator do Plano Nacional de Educação, senador José Pimentel, as propostas e mudanças necessárias, além da aceleração urgente do trâmite do PNE.



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